Na ONU, Ahmadinejad pede ‘nova ordem mundial’
Presidente rejeita capitalismo e busca ‘governo baseado na mentalidade divina’
Figura de proa de um regime ditatorial, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, pediu nesta terça-feira o estabelecimento de uma "nova ordem mundial". Em declaração feita em Nova York, por ocasião da Assembleia Geral da ONU, ele rejeitou o capitalismo e defendeu um "governo justo e imparcial, baseado na mentalidade divina".
Segundo o texto do discurso, divulgado posteriormente pelas Nações Unidas, Ahmadinejad acusou o capitalismo liberal e as multinacionais de causar o sofrimento de um incontável número de mulheres, homens e crianças no mundo todo. "As estruturas injustas e pouco democráticas das instituições internacionais, políticas e financeiras, estão por trás da maioria das desgraças da humanidade", afirmou.
O presidente pediu a todos, então, que retornassem à “mentalidade divina, a nossa verdadeira natureza, da qual o homem foi criado, e ao governo justo e imparcial".
O discurso do presidente iraniano no plenário da cúpula foi acidentado: em diversas ocasiões, intérpretes das Nações Unidas advertiram que a fala traduzida não condizia com as palavras pronunciadas por Ahmadinejad. Os últimos minutos do discurso não contaram com tradução simultânea.
O objetivo da reunião, que se estende até quarta-feira, é revisar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e tentar acelerar o cumprimento dos compromissos em favor do desenvolvimento adotados pelos integrantes da entidade há dez anos.
Tirania - O caso de Sakineh Mohamadi Ashtiani, condenada à morte no Irã por adultério, é só mais uma das inúmeras provas da tirania do regime encabeçado pelo aiatolá Ali Khamenei - mas que tem em Ahmadinejad sua face "executiva". Combinação de fanático religioso e populista, Ahmadinejad emprega sempre uma retórica incendiária, que tem como alvos principais Israel e os Estados Unidos.
O Irã é atualmente alvo de sanções das Nações Unidas, que querem que Teerã permita a inspeção internacional de suas instalações nucleares e suspenda o enriquecimento de urânio, material que pode ser usado numa arma nuclear.
Fonte: www.veja.abril.com.br
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